Cardeal Gambetti preside missa da Ceia do Senhor no Vaticano
- 17/04/2025
As guerras nada mais são do que o resultado do declínio, do mal que há no mundo, destacou o cardeal em sua homilia
Da Redação, com Vatican News
Foto: REUTERS/Guglielmo Mangiapane
O arcipreste da Basílica de São Pedro, Cardeal Mauro Gambetti, celebrou a missa da Ceia do Senhor, com o tradicional rito do Lava-Pés, no Altar da Cátedra da Basílica Vaticana, nesta Quinta-feira Santa, 17.
Em sua homilia, destacou que até a verdadeira e definitiva Páscoa que Jesus celebra se realiza num contexto de provação. “Injustiça, perseguição, calúnia, enfermidade, violência, medo, solidão. Jesus deseja ardentemente alimentar a intimidade, a familiaridade do lar, a amizade do cenáculo, a fraternidade da assembleia eclesial. Ele quer comer com os seus e celebrar a Páscoa com eles”.
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O cardeal observou que o grupo que se senta à mesa com Jesus é heterogêneo, um mosaico de humanidade: impulsivos e apaixonados, reflexivos e profundos, sinceros e humildes. Todos são frágeis, habilidosos em esconder suas fragilidades.
Também agora a humanidade passa por uma provação difícil, refletiu Cardeal Gambetti. “O mundo está levando embora o que temos em nosso ‘caixa’: valores, inteligência, consciência, amor humano. Estamos todos à venda, numa base de custo-benefício, para obter algum lucro, econômico e de poder”.
A traição do mundo
Traçando um paralelo com a traição de Judas, o purpurado observou que hoje é o mundo que trai a humanidade e a entrega, a vende para tirar algo dela. “As guerras nada mais são do que o resultado do declínio, da concretização dos conflitos e do mal que há no mundo. Quantos são crucificados por tudo isso!”
Segundo o arcipreste da Basílica de São Pedro, as pessoas e comunidades de hoje são muito semelhantes ao grupo de discípulos, especialmente na fragilidade, na sede de liberdade, de justiça, de paz. “E ainda hoje Jesus ama. Ele não quer vencer, ser aplaudido ou enriquecer-se. A única coisa que interessa a ele é o amor.”
Concluindo, Cardeal Gambetti recordou o gesto de Jesus do lava-pés. “Este é o único sacerdócio. Lava os pés. Ele lava meus pés. Ele lava seus pés. Vive o dinamismo da proximidade, da reciprocidade, os verbos doar e receber, o poder de servir e a insuficiência do acolher. O coração de Jesus é um coração sacerdotal, que é um com a pobreza humana e um com a majestade divina, e que doa a sua vida por todas as ovelhas do rebanho.”
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